Construção naval Antigo Egito
Os egípcios sabiam como juntar tábuas de madeira para construir cascos de navios pelo menos desde 3000 a.C. O Instituto Arqueológico da América relatou que alguns dos mais antigos barcos alguma vez desenterrados são os chamados barcos de Abidos, um grupo de 14 navios descobertos em Abidos pelo egiptólogo David O'Connor, da Universidade de Nova Iorque. Esses barcos foram construídos com tábuas de madeira que foram "costuradas" juntas, utilizando alças de tecido para manter as tábuas unidas. Para selar as costuras entre as tábuas, essas eram preenchidas com papiro (junco) e grama.
Devido ao fato de todos os navios estarem enterrados juntos perto da casa mortuária do faraó Quenerés (m. 2686 a.C.), originalmente pensou-se que eles teriam pertencido a ele. No entanto, uma das embarcações foi datada de 3000 a.C., e jarros de cerâmica enterrados associados aos navios também sugerem uma datação mais antiga. O navio datado de 3000 a.C. possui 23 metros de comprimento e acredita-se que possivelmente tenha pertencido a outro faraó mais antigo, possivelmente Atótis, segundo O'Connor.
Os antigos egípcios também sabiam como juntar tábuas de madeira com cavilhas para firmá-las, utilizando breu para calafetar as juntas. O Navio de Quéops, uma embarcação de 43,6 metros, foi selado em um poço no Complexo das Pirâmides de Gizé, ao pé da Grande Pirâmide, na IV dinastia, em torno de 2500 a.C. Este navio é um sobrevivente completo e pode ter cumprido a função simbólica de uma barca solar.
Além disso, os antigos egípcios também tinham conhecimento sobre como prender as tábuas do navio juntas com peças encaixáveis (caixa e espiga). Apesar da habilidade dos egípcios antigos para construir barcos muito grandes e navegar facilmente ao longo do Nilo, eles não eram conhecidos como bons marinheiros e não se envolveram em amplas expedições marítimas nos mares Mediterrâneo ou Vermelho.