Caudilhismo
Ao longo da década de 1980, os Estados Unidos enfrentaram um período de instabilidade econômica, resultado, principalmente, da ineficácia em lidar com novos concorrentes no mercado internacional. Países da Europa Ocidental e Ásia, como Alemanha e Japão, conseguiram dominar os mercados com produtos de baixo custo de produção e alta tecnologia, fazendo com que a economia dos EUA perdesse espaço para esses concorrentes, tanto no mercado interno quanto externo.
Para entender melhor esse contexto e outros aspectos que marcaram a história norte-americana nos anos 1980, é necessário analisar a transformação que ocorreu no início da década. Nas eleições presidenciais de 1980, o candidato democrata Jimmy Carter não conseguiu se reeleger e passou o cargo para Ronald Reagan, que liderou os Estados Unidos pelos oito anos seguintes.
Durante seu governo, Reagan tomou medidas econômicas e políticas voltadas para sancionar o bloco socialista e evitar o crescimento de regimes de esquerda na América Latina. Além disso, incentivou a corrida armamentista contra a União Soviética, aprovando um gasto de 6% do PIB para investimentos militares. Essas políticas causaram diversos efeitos, desde a retração da economia interna até a polêmica instalação de armas na Europa.
Em resposta a essas ações, os soviéticos interromperam o diálogo político com os EUA, desaprovando a intensificação da corrida armamentista. Na América Latina, países como Granada e Nicarágua sofreram intervenções militares devido à ascensão de governos não alinhados aos interesses norte-americanos. O governo Reagan também propôs o projeto "Guerra nas Estrelas", que visava construir um escudo de mísseis para proteger o território dos EUA.
Apesar dessas políticas, o primeiro mandato de Reagan foi marcado por bons índices econômicos, o que lhe garantiu a reeleição em 1984. No entanto, durante seu segundo mandato, as políticas armamentistas perderam força com a abertura política e econômica promovida na União Soviética. Sob a liderança de Mikhail Gorbachev, o bloco socialista enfrentava uma crise interna, que culminaria na dissolução da União Soviética e no fim da Guerra Fria.
Com o surgimento de novos concorrentes comerciais, como os países asiáticos, os Estados Unidos foram forçados a reduzir seus gastos, principalmente nas áreas de bem-estar social, e a aumentar os benefícios para os grandes grupos econômicos e o mercado financeiro. Esse cenário gerou uma crescente concentração de renda e aumento nos índices de desemprego.
Ao final dos anos 1980, os Estados Unidos enfrentavam uma série de desafios, que seriam abordados pelo governo republicano de George Bush (1989–1993). Na entrada da década de 1990, os EUA passaram por uma recuperação econômica visível, que seria consolidada pelas eficazes medidas adotadas pelo presidente Bill Clinton. Seu governo, que durou de 1993 a 2000, foi um dos períodos mais bem-sucedidos de hegemonia do Partido Democrata na história recente dos Estados Unidos.