Canto gregoriano
Canto Gregoriano é o canto litúrgico próprio da Igreja Católica. É um gênero de música sacra cristã que tem suas raízes em tradições musicais judaicas de recitação salmódica. Tem seu início no cristianismo primitivo, mas sua primeira grande estruturação e unificação se deu em meados do século VII com São Gregório Magno e passou por outra grande estruturação, recuperação e revisão no século XIX pela Abadia de Solesmes. Sendo ainda hoje o canto próprio da Igreja Católica, seu repertório continua sendo executado na liturgia, sobretudo em missas e no ofício divino.
É um canto monódico executado por uma schola cantorum em uníssono, com eventuais trechos em solo e executado sem acompanhamento de instrumentos, daí o termo a capella. Não tendo um ritmo definido por uma batida, é de ritmo livre, acompanhando não pulsos de duração regular, mas sim a acentuação do texto. Seus textos são todos em língua latina, com exceção do Kyrie, que é em grego, e algumas palavras do hebraico, como aleluia.
Por ser uma música do ritual católico romano, seus textos são predominantemente retirados da Bíblia, sobretudo do Livro de Salmos. Mas em seu repertório também encontram-se canções de autores como São Tomás de Aquino, Santa Hildegarda e até composições tardias com Henri Dumont.
Origem
Diversos cantos eclesiásticos, de melodias simples, foram desenvolvidos entre os Séculos III e IV baseados nos recitativos da liturgia das primeiras gerações de cristãos. Cada região desenvolvia seu próprio repertório, bem como sua forma particular de execução. Dessa forma, antecedendo o que viria a se tornar o canto gregoriano, têm-se diversos tipos de cantos litúrgicos praticados em regiões diversas, como, por exemplo, o Ambrosiano (em Milão e norte da Itália), Romano (em Roma), Moçárabe (na Península Ibérica), Beneventano (no sul da Itália) e o Galicano (na Gália).
Por volta do século VI, Gregório Magno selecionou, compilou e sistematizou os cânticos eclesiásticos e diferentes liturgias ocidentais espalhadas pela Europa com o objetivo de unificá-los para serem utilizados nas celebrações religiosas da Igreja Católica. É de seu nome que deriva o termo gregoriano.
Além da compilação e sistematização dos cânticos, o Papa Gregório fundou a Schola Cantorum, instituição cuja finalidade era ensinar e aprimorar o canto litúrgico. Mosteiros e abadias de toda a Europa enviavam religiosos para Roma no intuito de adquirir a necessária formação musical para, posteriormente, levar tais ensinamentos para a comunidade local.