Briófitas - Características, estrutura e reprodução
As briófitas representam os vegetais mais antigos e, segundo estudiosos, seus ancestrais encontram-se na base da evolução de todas as plantas terrestres. Essa planta, mesmo parecendo não ter tanta importância, possui uma história e um papel muito significativos para a evolução das espécies de vegetais.
De modo geral, as plantas são organizadas em dois grandes grupos: criptógamas e fanerógamas. As briófitas pertencem ao grupo das criptógamas, que reúne todas as plantas que possuem estruturas reprodutoras pouco evidentes. Veja agora um pouco mais sobre as briófitas.
O que são as Briófitas?
As briófitas, do grego bryon = musgo e phyton = planta, pertencem ao reino Plantae. Essas são pequenas plantas, eucariontes, fotossintetizantes e multicelulares. Por serem pequenas, não possuem vasos condutores de seiva nem estruturas rígidas de sustentação. Assim, o transporte de substâncias se dá por difusão e acontece de forma lenta. A maioria das briófitas não ultrapassa 20 cm de altura.
Geralmente, são encontradas em locais úmidos e sombreados, mas também podem ser encontradas em água doce e em locais muito secos. As briófitas dividem-se em três filos: Bryophyta, Hepatophyta e Anthocerophyta.
Características
As briófitas são criptógamas terrestres com tecidos, mas sem xilema e floema, que são tecidos especializados, respectivamente, no transporte de água e sais minerais (seiva do xilema) e água e substâncias orgânicas derivadas da fotossíntese (seiva do floema). Exemplos: musgos e hepáticas.
São plantas muito pequenas que se desenvolvem, geralmente, em ambientes úmidos. Existem algumas que são aquáticas e outras que podem se desenvolver em desertos, no gelo dos círculos polares e em rochas nuas. Essas últimas são conhecidas como espécies pioneiras, pois desenvolvem-se primeiro durante a colonização de um substrato, criando, assim, condições para o desenvolvimento futuro de outros organismos.
Elas são consideradas intermediárias entre as algas verdes e as plantas vasculares, pois possuem uma estrutura muito parecida com a do cloroplasto, mas, ao contrário deste, já apresentam organização tecidual. As briófitas apresentam características de transição do ambiente aquático para o terrestre.
Classificação das Briófitas
O termo briófita é usado de modo genérico, como uma designação coletiva, sem valor taxonômico, pois hoje sabemos que esse termo se refere, na verdade, a três filos distintos de plantas: Hepatophyta, Anthocerophyta e Bryophyta.
- Hepáticas (Hepatophyta): o filo das hepáticas engloba cerca de 6.000 espécies. Os gametófitos têm corpo achatado ou folhoso e se fixam ao solo por meio de rizoides. Exemplo: Marchantia. Além das espécies hepáticas que vivem em locais úmidos, há algumas que retornaram secundariamente para o ambiente aquático;
- Antóceros (Anthocerophyta): nos antóceros, o gametófito apresenta corpo multilobado e o esporófito é alongado e ereto, chegando a cerca de 5 cm de altura. O nome do grupo se deve ao aspecto do esporófito (do grego: keras = corno). Há cerca de 100 espécies nesse filo;
- Musgos (Bryophyta): grupo com cerca de 9.500 espécies. Além de rizoides, os gametófitos geralmente possuem um eixo principal – cauloide – de onde partem os filoides. Exemplo: musgo-de-turfeira, utilizada no melhoramento da textura e da capacidade de retenção de água nos solos. Em certas partes do mundo, a turfa é submetida à secagem e usada como combustível. O esporófito desenvolve-se sobre o gametófito e é formado pelo pé, pela seta e pela cápsula, onde está o esporângio, onde ocorre a formação de esporos por meiose.
Estrutura
A briófita é dividida em três estruturas básicas: rizoides, cauloides e filoides. Observe que a estrutura dessas plantas não é igual às das demais plantas que possuem: raiz, caule e folhas.
- Rizoides: são filamentos que fixam a planta no ambiente em que vive e são responsáveis por absorver a água e os sais minerais disponíveis. A absorção de água do meio ocorre diretamente pela superfície do corpo do gametófito em contato com o substrato, fixo por meio dos rizoides. Uma vez dentro do corpo, a água é transportada de forma mais lenta do que nas plantas vasculares, limitando o tamanho das briófitas;
- Cauloide: é uma pequena haste de onde surgem os filoides;
- Filoides: são estruturas clorofiladas e capazes de realizar fotossíntese.
Como na estrutura das briófitas não existem vasos condutores de nutrientes, a água absorvida do ambiente é transportada de célula para célula ao longo de todo o corpo vegetal. Por ser um transporte muito lento, essas plantas são sempre pequenas e baixas.
Reprodução
A maioria das espécies de briófitas apresenta reprodução sexuada, mas existem algumas que se reproduzem de forma assexuada. Veja como ocorrem:
- Reprodução sexuada: ocorre na água e com a alternância de duas gerações: uma que é esporofítica (que produz esporos) e a outra que é gametofítica (que produz gametas). O gametófito masculino possui uma estrutura chamada anterídio, onde são produzidos os gametas masculinos (anterozoides) que se deslocam com o auxílio de seus flagelos até os gametas femininos da planta (oosferas), que são imóveis. Ao ocorrer a fecundação, o zigoto sofre mitoses e forma um embrião. Esse embrião se desenvolve através de novas mitoses e dá origem ao esporófito. Quando ele atinge a maturidade, forma-se uma cápsula, e as células no seu interior sofrem meiose, dando origem aos esporos haploides. Os esporos são liberados no ambiente e, quando encontram um substrato adequado, germinam, formando um novo gametófito;
- Reprodução assexuada: ocorre através da formação de propágulos no interior de estruturas presentes na planta-mãe. Eles desprendem-se da planta, são dispersados por gotas e respingos de água e, ao encontrarem um novo substrato, desenvolvem-se, originando um novo indivíduo adulto.
Habitat das Briófitas
As briófitas ocorrem preferencialmente em ambientes úmidos e abrigados da luz direta, pois não têm estruturas que evitam a transpiração intensa. Assim, essas plantas são encontradas em abundância nas florestas tropicais e temperadas. Algumas espécies de briófitas são muito sensíveis à poluição, e sua ausência indica má qualidade do ar.