Babilónia na cultura dos séculos XIX e XX
A partir do século XVIII, alguns autores céticos em relação à perspetiva das autoridades religiosas matizam a imagem negativa de Babilónia, como por exemplo Voltaire, que faz referência à cidade em vários dos seus escritos. No início do século XIX, o romantismo e sobretudo o orientalismo despertam um novo interesse pelo passado antigo do Oriente, um movimento que acompanha as primeiras escavações de sítios antigos no Médio Oriente (não relacionados com a Babilónia) e gradualmente apuram os conhecimentos, que no entanto continuam fortemente marcados pelas heranças grega, romana e bíblica.
Babilónia surge em obras marcantes desse período, como a pintura La Mort de Sardanapale ("A Morte de Assurbanípal") de Eugène Delacroix (1827) e a ópera Nabucco de Giuseppe Verdi (1842). As descobertas arqueológicas já podiam então ser tidas em conta para fazer com que as representações da antiga Mesopotâmia se aproximassem da sua aparência real antiga nas obras artísticas a partir da segunda metade do século XIX, nomeadamente em pinturas como The Babylonian Marriage Market do pintor orientalista Edwin Long (1875) e mais tarde no filme mudo Intolerância de D. W. Griffith, realizado em 1916. Depois disso, Babilónia aparece em diversas formas de expressão artística (literatura, artes plásticas, cinema, jogos de vídeo, etc.) que se inspiram, conforme os casos, em tradições externas antigas e sua posteridade ou em conhecimentos provenientes de estudos arqueológicos e assiriológicos.