Anéis de Júpiter
Os anéis de Júpiter formam um sistema de anéis que circunda o planeta Júpiter, sendo o terceiro sistema de anéis planetários a ser descoberto no Sistema Solar, após os anéis de Saturno e de Urano. Eles foram observados pela primeira vez durante a visita da sonda espacial Voyager I em 1979. Com as informações coletadas pela sonda irmã Voyager II, que também passou por Júpiter no mesmo ano, foi possível começar a determinar a estrutura dos anéis. Em 1995, a sonda Galileu fez um estudo mais aprofundado sobre os anéis.
Desde a sua descoberta, os anéis têm sido observados pelo telescópio espacial Hubble e por telescópios terrestres, embora seja difícil observá-los a partir da superfície da Terra, exigindo o uso de telescópios de grande porte.
Estrutura e Composição dos Anéis
O sistema de anéis de Júpiter é tênue e composto principalmente por poeira. Ele é formado por quatro partes principais: a mais interna, o “anel halo”, que é espessa e tem uma forma de toroide; afastando-se do planeta, encontra-se a segunda parte, o “anel principal”, o mais visível e também muito estreito. Continuando o afastamento, há dois largos, espessos e tênues “anéis gossamer”, nomeados a partir das luas de Júpiter, Adrasteia e Tebe, de onde provém o material desses anéis.
O anel halo e o anel principal são formados principalmente por material das luas Adrasteia e Métis e de outros corpos não observados, ejetado por colisões em alta velocidade. Imagens de alta resolução obtidas pela sonda New Horizons, em fevereiro e março de 2007, revelaram uma estrutura rica e fina no anel principal.
Características Visuais
A cor do anel principal no espectro visível e nas proximidades do infravermelho é avermelhada, enquanto o anel halo apresenta uma cor neutra ou azulada. O tamanho das partículas de poeira nos anéis varia, sendo que a área da seção reta é maior para partículas não esféricas com raio de cerca de 15 μm em todos os anéis, exceto no halo. O anel halo é provavelmente dominado por poeiras de dimensões submicrométricas. A massa total do sistema de anéis é pouco conhecida, mas estima-se que esteja entre 10¹¹ e 10¹⁶ kg.
O Anel Principal
O anel principal é estreito e muito fino, sendo o mais brilhante do sistema de anéis de Júpiter. Sua orla exterior tem um raio de 1,806 RJ (aproximadamente 129 000 km) e coincide com a órbita do menor satélite interior de Júpiter, Adrasteia. A orla interior não é demarcada por nenhum satélite e localiza-se a aproximadamente 122 500 km. A largura do anel principal é de cerca de 6 500 km.
O brilho do anel principal depende da geometria de visualização. Usando luz dispersa a um ângulo reduzido em relação à luz do sol, o brilho do anel principal diminui abruptamente a 128 600 km (internamente à órbita de Adrasteia) e atinge níveis semelhantes ao brilho de fundo aos 129 300 km (externamente à órbita de Adrasteia). A presença de Adrasteia influencia diretamente o brilho do anel.
Estrutura do Anel Principal
Quando observado em dispersão traseira de luz, o anel principal parece ser ainda mais fino, com uma espessura não superior a 30 km. Na geometria de dispersão lateral, a espessura do anel varia entre 80 a 100 km, aumentando na direção de Júpiter. A espessura do anel pode chegar a aproximadamente 300 km em dispersão frontal. A sonda Galileu descobriu uma névoa tênue, mas relativamente espessa (cerca de 600 km), que envolve a zona interna do anel, tornando-se mais espessa na transição para o anel halo.
Novas Descobertas e Observações
A análise detalhada das imagens da sonda Galileu revelou variações longitudinais do brilho do anel principal, sem relação com a geometria de visualização. Em 2007, a sonda New Horizons realizou uma busca por novas luas dentro do anel principal. Embora nenhum satélite maior que 0,5 km tenha sido encontrado, foram detectados sete torrões de partículas do anel, que orbitam no interior da órbita de Adrasteia. Esses torrões são provavelmente estruturas associadas a ondas, excitadas pela interação com a lua Métis.