Aliança para o Progresso e o Anticomunismo
A Aliança para o Progresso foi um projeto político liderado pelo governo dos Estados Unidos durante a presidência de John F. Kennedy. O principal objetivo era integrar os países da América Latina nos aspectos político, econômico, social e cultural, visando conter a ameaça soviética e o avanço do comunismo no continente.
A preocupação dos Estados Unidos com o avanço soviético intensificou-se após a Revolução Cubana, especialmente com a cooperação entre Cuba e a URSS a partir de 1961. Para os capitalistas estadunidenses, era crucial combater as desigualdades sociais e a miséria na América Latina, criando uma imagem de liderança dos EUA. Dessa forma, buscava-se evitar que as melhorias sociais promovidas pelos países da esfera soviética atraíssem as populações exploradas da região para os ideais comunistas.
Em agosto de 1961, a Carta de Punta del Este delineou o projeto da Aliança para o Progresso, convocando os dirigentes latino-americanos a desenvolverem planos nacionais de desenvolvimento, com apoio dos Estados Unidos. Personalidades como Juscelino Kubitschek, pelo Brasil, e Raúl Prebisch, pela Argentina, participaram da formulação das ações.
Em um discurso marcante, John F. Kennedy convidou “todos os povos do hemisfério a juntarem-se em uma nova Aliança para o Progresso, um vasto esforço cooperativo, sem paralelo em sua magnitude e nobreza de propósitos, para satisfazer as necessidades básicas dos povos americanos por casa, trabalho e terra, saúde e escola”. Ele propôs ainda um plano de dez anos para transformar os anos 60 na “década do desenvolvimento”.
Os planos focaram em educação, saúde e habitação, sendo articulados pela USAID (United States Agency for International Development). Mais de 80 bilhões de dólares foram prometidos para financiar o projeto, sendo 20 bilhões disponibilizados pelos EUA para os países participantes.
Apesar do discurso humanitário, o objetivo central era conter o avanço soviético e facilitar os investimentos de empresas de capital estadunidense na América Latina. No contexto da Guerra Fria e da Revolução Cubana, a Aliança para o Progresso tornou-se uma ferramenta dos EUA para promover os ideais econômicos e culturais do capitalismo ocidental.
