A Violência Doméstica como Indicador de Risco no Rastreamento da Depressão Pós-Parto
O puerpério é uma fase especial na vida da mulher, durante a qual as atenções estão voltadas para o recém-nascido (RN) e existe, por parte da família, a expectativa de mudanças e alegrias.
Ressalte-se que, para a mãe, os cuidados e as necessidades da criança demandam tempo e trabalho, acompanhados, muitas vezes, de distúrbios do sono, cansaço e agitação. Essa sobrecarga física e as responsabilidades dos cuidados com o RN podem ocasionar ansiedade e, como consequência, estresse psicológico, que pode manifestar-se como um quadro de depressão.
Depressão Pós-Parto
A depressão pós-parto (DP) foi definida como um transtorno do humor que se inicia, normalmente, nas primeiras quatro semanas após o parto e pode variar de intensidade, desde leve e transitória até neurótica ou psicótica. A depressão maior ocorre por um período mínimo de duas semanas, com a presença do humor depressivo ou anedonia (diminuição ou perda do interesse nas atividades anteriormente agradáveis) associada a pelo menos quatro dos seguintes sintomas: alteração significativa de peso ou do apetite, insônia ou sono excessivo, fadiga, agitação ou lentidão psicomotora, sentimentos de desvalia ou culpa, perda de concentração e ideias de morte ou suicídio.
Psicose Puerperal
A psicose puerperal tem uma incidência de um a dois casos a cada mil nascimentos. Ela acarreta grave prejuízo da capacidade funcional da mulher e pode resultar em suicídio ou mesmo infanticídio, geralmente associados a quadros de alucinação. A recorrência de psicose puerperal é de 30 a 50% a cada parto subsequente.