– Meteorologia Agrícola
A camada gasosa que envolve a Terra é muito fina e é fundamental para a manutenção da vida na superfície terrestre. A atmosfera atua como sede dos fenômenos meteorológicos e é um fator determinante na qualidade e quantidade de radiação solar que atinge a superfície terrestre.
Estrutura da Atmosfera
A atmosfera pode ser dividida de acordo com suas características físicas e químicas:
- Termosfera
- Mesosfera
- Estratosfera – onde se encontra a maior concentração de O3
- Troposfera – onde ocorrem os fenômenos meteorológicos
A variação da temperatura nas diferentes camadas da atmosfera é notável: na Troposfera, a temperatura diminui devido à rarefação do ar e à redução da pressão, enquanto na Estratosfera, o aumento da temperatura se deve à absorção da radiação solar pelas moléculas de ozônio.
Dipolo do Atlântico
O Dipolo do Atlântico está relacionado à temperatura da superfície do mar (TSM) em diferentes partes do Oceano Atlântico. Essa diferença de temperatura gera um fluxo de ar do lado da TSM mais fria para a TSM mais quente, já que o ar em contato com a superfície do mar se esquenta ou resfria de acordo com a temperatura deste.
DIPOLO = TSM Atlântico N – TSM Atlântico S
Quando o Dipolo é POSITIVO, há um deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o norte, resultando em uma redução de chuvas no Nordeste (NE) do Brasil (Figura A). Quando o Dipolo é NEGATIVO, a ZCIT desloca-se para o sul, atingindo o NE do Brasil e trazendo mais chuvas para essa região (Figura B).
Circulações e Ventos Locais
A circulação geral da atmosfera modifica-se acentuadamente, tanto temporalmente quanto espacialmente, devido ao aquecimento diferenciado entre continentes e oceanos, configuração de encostas, sistemas orográficos e topografia, originando circulações e ventos “locais”:
Brisas Terra-Mar
- Brisa Marítima – ocorre durante o dia, quando o oceano está relativamente mais frio que o continente.
- Brisa Terrestre – ocorre durante a noite, quando o continente está relativamente mais frio que o oceano.
Brisas de Vale e de Montanha
- Brisa de Vale (anabática) – ocorre durante o dia, devido à diferença de temperatura entre o vale (mais quente) e os espigões (mais frios), auxiliando na formação de nuvens.
- Brisa de Montanha (catabática) – ocorre durante a noite, quando o ar frio que se forma, sendo mais denso, escoa pela encosta até a baixada. Durante noites de intenso resfriamento, a brisa catabática pode provocar a "geada de canela", que queima os vasos condutores das plantas, levando à morte da parte aérea e rebrota próxima ao solo.
Ventos Fohen ou Chinook
Ventos fortes e secos que se formam a sotavento de barreiras orográficas, comuns nas Montanhas Rochosas (América do Norte) e nos Andes (América do Sul). Eles são quentes e secos, causando resfriamento e condensação, resultando na formação de nuvens e chuvas orográficas.
Massas de Ar
As massas de ar são grandes volumes que, ao se deslocarem lentamente ou estacionarem sobre uma região, adquirem as características térmicas e de umidade dessa área. As massas de ar são denominadas conforme sua região de origem e o tipo de superfície com as quais estiveram em contato. As principais massas que atuam na América do Sul são:
- mE – Equatorial marítima (quente e úmida)
- cE – Equatorial continental (quente e úmida)
- cT – Tropical marítima (amena e condicionadora de estabilidade e pouca precipitação)